Benefícios dos Ácidos Graxos

Estudos realizados sobre os possíveis benefícios dos suplementos alimentares à base de óleo de peixe para os problemas vasculares assinalam que o consumo regular de carne de peixe continua dando provas de contribuir para prolongar a vida, mesmo em pessoas que já apresentam problemas cardíacos. O consumo de peixe, pelo menos duas vezes por semana, demonstrou ser benéfico à saúde.

No País de Gales, dois mil pacientes que haviam sofrido um ataque cardíaco e receberam recomendações de comer peixe pelo menos duas vezes por semana apresentaram significativa redução na probabilidade de sofrerem um ataque fatal nos próximos dois anos, em comparação com aqueles pacientes recebendo apenas dieta com menos gordura e rica em fibras. Embora entre aqueles que comeram peixe a incidência de um segundo ataque cardíaco tenha sido tão ou mais freqüente quanto entre outros participantes do estudo, a taxa de mortalidade foi geralmente reduzida; a redução total de mortalidade por todas as causas foi de 29% entre os que comeram peixe em comparação com o grupo cuja dieta constou da redução de gordura e ingestão de fibras.

Dietas enriquecidas com o ácido ômega-3, de acordo com experiências realizadas em crianças com 10% da área corporal queimada, em fase de recuperação, por diminuírem a imunossupressão produzida pelo aumento da PGE-2, reduziram a taxa de infecção e mortalidade em comparação àquelas obtidas com o uso de dieta com ômega-6. O efeito benéfico potencial mais acentuado do uso de ômega-3 acha-se relacionado com a ocorrência do DAC (doença aterosclerótica coronariana), e uma dieta com alto teor de ácido eicosapentaenóico e deco-hexaenóico ocasiona benefícios adicionais na prevenção ou redução da aterosclerose, incluindo redução nos triglicerídios, VLDL, LDL e colesterol total.

Os indivíduos com hiperlipidemia apresentam concentração elevada de colesterol e/ou triglicerídios no plasma, cujo limite varia com o sexo e idade, e pelo conhecimento das concentrações plasmáticas de colesterol e triglicerídios, pode-se determinar a classe de hiperlipidemia que se acha elevada, o que permitirá fazer o diagnóstico genético. Assim, no caso de alto teor de colesterol no sangue e a presença de taxa normal de triglicerídios, temos excessiva concentração de LDL, devida a uma hipercolesterolemia patogênica (no caso de elevação da concentração de LDL de 95%). Clinicamente, uma concentração de triglicerídios em torno de 200-800mg/dl associada com uma taxa normal ou próxima do normal de colesterol indica uma simples elevação de VLDL, assim como uma elevação de triglicerídios acima de 1.000mg/dl indica comumente a presença de quilomícrons, e qualquer um dos dois ou ambos em adição à VLDL elevada. E difícil a distinção entre as formas de hipertrigliceridemia primitiva e secundária, pois grande número de indivíduos hipertriglicêmicos apresentando predisposição genética têm sua afecção agravada pela presença de outras afecções como o diabete.

No caso de moderada elevação de triglicerídios e colesterol, o indivíduo apresenta elevação de LDL e VLDL, ocorrendo com freqüência na lipoproteinemia familiar tipo hiperlipoproteinemia, e, de forma menos comum, hipercolesterolemia familiar.

Estudos populacionais revelaram que uma concentração elevada de colesterol ou LDL-colesterol plasmático representa um maior fator de risco para a ocorrência de aterosclerose.

Outra ação dos ácidos graxos poliinsaturados dos peixes marinhos é a do seu impacto na síntese dos leucotrienos, proporcionando alívio em doenças imunológicas e inflamatórias. Tem sido assinalado que níveis elevados de LTB4 acham-se implicados na artrite reumatóide psoríase e outras afecções linfoproliferativas autoimunes. A síntese do LBT4 é suprimida pela competição de EPA com ácido araquidônico como substrato da lipoxigenase, o que resulta na produção de LBT 5 biologicamente inativo. Essa redução determina melhoria do processo inflamatório, assim como a EPA tem exercido efeito benéfico no alívio desse processo.

Recentemente, foram observados resultados de que a ingestão de óleo de peixe ocasiona sensível redução de hipertrigliceridemia e estudos epidemiológicos assinalam que a adição de peixe à dieta, algumas vezes por semana, pode ser benéfica para a prevenção de doença aterosclerótica coronariana. O uso de óleo de peixe rico em ácidos graxos ômega-3 aumenta o conteúdo de ácidos graxos poliinsaturados, podendo ser considerado equivalente à terapêutica médica.

Os ácidos graxos ômega-3 parecem exercer efeito anti-hipertensivo, inibindo os vários derivados da prostaglandina, através do EPA, e, outros ácidos graxos ômega-3, a liberação da epinorepinefrina das terminações nervosas. Numerosos estudos assinalaram alterações favoráveis nos perfis hemáticos através do consumo de peixe ou da ingestão dos lipídios saturados, com suplementação em larga escala de cápsulas de óleo de peixe, quer em pacientes hiperlipidêmicos, quer em indivíduos normais.

Os ácidos graxos ômega-3 promovem acentuada redução dos lipídios plasmáticos através dos triglicerídios e das VLO L, acreditando-se que essa redução seja devida à inibição da síntese hepática dos triglicerídios VLOL e apoproteínas B das VLOL. No entanto, têm sido observadas discrepâncias no que tange às alterações do colesterol total, LOL e H OL, que são atribuídas a diversos fatores.

O bloqueio da função de TXA2 é realizado pela prevenção da síntese dos precursores pela inibição total da cicloxigenase, sabendo-se que o ácido acetilsalicílico, a indometacina e drogas antiinflamatórias não-hormonais similares têm a propriedade de acetilar de modo covalente o local de ação da clicoxigenase, tornando-a inativa de maneira irreversível.

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