Agachamento profundo, um exercício eficiente no que se propõe, porém cercado de desconfiança por parte dos profissionais de Educação fisica e Fisioterapeutas, então este artigo vem tentando desmitificar alguns pontos que ainda estão obscuros.
O agachamento é um dos exercícios mais executados em academias, porém também é um dos mais contestados.A polêmica é sustentada por vários estudos científicos, alguns deles que condenam o exercício e outros que o tratam como um dos melhores exercícios para o desenvolvimento de força e potência de MMII.
Grande parte dos estudos que condenam este exercício foram baseados em modelos biomecânicos que analisam apenas o quadríceps, com isso neles se observam altos valores de tensão nos ligamentos do joelho.
Isear, 1997, mostrou que durante o agachamento profundo,os ísquios tibiais agem produzindo uma força vetorial para trás, contrabalanceando a ação do quadríceps e auxiliando na estabilização do joelho. Esta ação dos Isquios tibiais faz com que a tensão na femuro patelar seja praticamente neutralizada.
Neitz et al., 2000; Meyers,1997 e Panariello et al.,1994 realizaram estudos relacionados ao agachamento profundo e em nenhum deles foram verificados instabilidades ou lesões no joelho. Chandler, 1989, mostra que levantadores básicos e levantadores olímpicos,realizam agachamento profundo com sobrecargas elevadíssimas e possuem joelhos mais estáveis que a maioria dos indivíduos.
Forças compressivas no joelho, estas chegam a 8000N durante o agachamento com cargas elevadas( 250 a 382,50Kg), sendo praticamente a mesma durante os ângulos de 60 a 130 graus de flexão (Nissel e Eckholm,1986). Ainda não foi estudado um valor limite para as forças compressivas e isto pode ser um problema,porém devemos lembrar que do mesmo modo em que as forças compressivas podem ser lesivas para o joelho, elas também contribuem consideravelmente na estabilização desta articulação.
Um estudo feito por Escamilla et al.,1998 no Instituto Americano de Medicina esportiva chegou as seguintes conclusões:
– O agachamento gera 2 vezes mais atividade dos isquiotibiais do que o leg press e a cadeira extensora.
– A maior atividade do quadríceps acontece na máxima flexão dos joelhos em ECCF e na máxima extensão em ECCA.
– ECCA produziu maior ativação do reto femoral enquanto o ECCF produz maior ativação dos vastos.
– As forças compressivas tibiofemorais foram maiores na máxima flexão dos joelhos em ECCF e na máxima extensão em ECCA.
(Fonte: Fisiculturismo Natural)
Agachamento profundo e quadril
Há alguns estudos que afirmam que agachamentos profundos (e leg press), em longo, prazo podem gerar lesões articulares no acetábulo do quadril, onde se insere o fêmur. Porém, é comum observar em muitos adeptos dos exercícios uma negligência em relação à técnica de ajuste e execução. Ao posicionar os pés mais afastados que a distância da largura do quadril, incidirá uma força para “dentro do quadril na horizontal e não apenas forças verticais.
Outro erro comum que pode causar lesões é alterar o afastamento dos joelhos durante a execução (realizando aduções e abduções). O ideal seria um alinhamento dos pés com os quadris que permita que os ossos da perna e fêmur fiquem perpendiculares ao solo e paralelos entre si. Durante o movimento, é importante que os joelhos venham em direção ao tórax, sem afastá-los, isso garante a segurança do quadril e estimula o movimento natural da coluna vertebral (báscula). Esse movimento garante, também, uma maior segurança para as costelas no leg press. (Prof. Felipe Nassau)