A hipervitaminose A pode se apresentar sob forma aguda, subaguda e crônica, via de regra ocasionada pela administração de altas doses de medicamentos que a contém isoladamente ou em associação com outras vitaminas, principalmente a vitamina D, por longo tempo.
A hipervitaminose A ocorre em pacientes com insuficiência renal crônica e não em pacientes com insuficiência renal aguda. No caso da vitamina A ser administrada em solução oleosa, as doses toleradas são muito mais altas do que a administrada em forma dispersada ou emulsificada.
A vitamina A administrada em forma ininterrupta da dose de 5.000Ul/kglpeso por dia em preparação oleosa leva cerca de seis meses para a aparição dos sinais de hipervitaminose; quando essa dose é administrada com preparação aquosa esse tempo é reduzido a três meses. Essa ocorrência deve-se ao processo de absorção das preparações.
No rato, a única dose oral de 1.600.000UI de vitamina A pode provocar convulsões que chegam até à morte em poucas horas. Os sintomas de hipervitaminose foram principalmente descritos nos exploradores árticos após alimentação rica em fígado de peixes do mar, apresentando esses indivíduos um quadro de intoxicação vitamínica A aguda.
A administração de doses de retinóides em excesso das necessidades, resulta no aparecimento de uma síndrome conhecida como síndrome de hipervitaminose A e em 1984, Kahn e col. assinalaram 600 casos na literatura médica.
Excesso de vitamina E parece exercer proteção contra a hipervitaminose A.
Nos adultos, ela é caracterizada por cefaléia, por aumento da pressão craniana, cansaço, sonolência, náuseas. Superdosagem crônica resulta em fadiga, perda do apetite, descamação da pele, queda do cabelo, prurido, hepatomegaIia, papiledema e diplopia e a despeito das dores intensas nos ossos longos e articulações, as modificações clínicas estão ausentes.
Em crianças, o aumento da pressão intracraniana se manifesta pelo aumento das fontanelas (síndrome de Marie-See). A hiperostose cortical nos ossos longos e a soldadura precoce das epífises, são observadas pela radiografia em crianças.
Clinicamente, além dos sinais e sintomas, os níveis acima de 500UI/dl no sangue, constituem indicação adicional da hipervitaminose.
A vitamina A em altas concentrações de gordura pode contribuir para a biossíntese do colesterol e distribuição e deposição na ateroesclerose.
Hipervitaminose A e hipercalcemia têm sido relatadas em indivíduos que tomaram 150.000UI de vitamina por longo período e uma adição de vitamina D.
Fonte: Tabela de Composição Química dos Alimentos, Guilherme Franco, editora Atheneu.