Hipervitaminose D

Efeitos Tóxicos

Sob o ponto de vista alimentar, face o pe­queno teor de vitamina D nos alimentos de hábito, a hipervitaminose não ocorre.

Quanto a parte medicamentosa, a dose tóxica de vitamina O em experiências em animais os sintomas de superdosagem são bem conhecidos, mas diferem de acordo com as espécies animais, não havendo concordância geral sobre a relativa toxicidade das vitaminas D2 e D3.

As diferenças entre as espécies estudadas po­dem ser devidas ao caráter particular de seus tecidos, tendo também influência o modo de administração da vitamina, devido o processo de sua absorção.

A deposição de sais de cálcio, sob forma de carbonato, se localiza nos rins, miocárdio, arté­rias, paratireóides, alveólos pulmonares, pâncreas e estômago, sendo os rins mais afetados gravemente, levando à morte por uremia.

No homem adulto a dose tóxica é geralmente de 100000UI diárias por um ou dois meses e nas crianças cerca de 20.000 a 40.000UI, diaria­mente.

Assinala-se que essas doses devem merecer cuidados e vigilância, face o seu teor e as mani­festações indesejáveis que podem provocar, que se caracterizam por náuseas, lassidão, vômitos, anorexia, perda de peso, sudorese profusa, cefa­léia, sede e vertigem. A concentração de cálcio no sangue e na urina é aumentada, enquanto a atividade da fosfatase alcalina no soro perma­nece em taxa normal. A parede dos vasos san­güíneos e principalmente os tubos renais são preferencialmente atingidos.

São observados sinais típicos de calcinefrose e aumento da uréia assim como hematúria e cilindrúria, levando à uremia e ao êxito letal. Assi nale-se que os i ndivíduos renais crôn icos podem apresentar resistência à vitamina O. Além das manifestações descritas, foram assinaladas lesões distróficas na córnea e na conjuntiva.

A relação entre a exposição a doses excessivas de vitamina D durante a gravidez e o desen­volvimento de crianças como causa de anorma­lidades cranianas, faciais e dentárias, foi assina­lada em alguns casos.

As medidas específicas na terapia da hiper­vitaminose D constam de descontinuação na medicação, dieta baixa em cálcio, e ampla administração de líquidos. A concentração de cálcio no soro volta lentamente ao normal num período de poucos meses.

Pesquisas recentes referem que além do 1,25­diidroxicolecalciferol outros metabólitos podem ser detectados no organismo e produzidos pela sua hidroxilação em vários locais e por intermé­dio de mudanças moleculares, como a adição de um átomo de flúor, novas substâncias foram produzidas e testadas, no sentido de estudar não apenas seu efeito sobre o cálcio e o fósforo, mas também de outros eletrólitos, como o zinco e o magnésio.

A absorção oral do cálcio pode ser reduzida pelo emprego oral de sulfato de sódio e a admi­nistração de cortisona tem sido preconizada para redução da hipercalcemia, nos casos graves, e ainda como antídotos assinala-se a vitamina A e o benzoato de estradiol.

Fonte: Tabela de Composição Química dos Alimentos, Guilherme Franco, editora Atheneu.

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